sábado, 4 de fevereiro de 2012

CEMITÉRIOS: Fonte de contaminação das águas subterrâneas

CEMITÉRIOS: Fonte de contaminação das águas subterrâneas
                        * Manoel Rodrigues da Silva – manoeldagua@yahoo.com.br


A palavra cemitério vem do grego (Koumetérion) que significa eu durmo. Os cemitérios representam um risco potencial de contaminação para o ambiente e à saúde pública, pelo fato de os mesmos serem um laboratório de decomposição da matéria orgânica.
               Os antigos, por razões higiênicas e por temor, já selputavam seus mortos longe das cidades. Esta prática perdurou até ao século IX, quando em plena Idade Média européia, os sepultamentos começaram a ser feitos no interior e em torno dos edifícios religiosos. Como conseqüência, no século XVIII, os sanitaristas europeus começaram a questionar essa prática, baseando suas criticas nos ruídos ouvidos nos túmulos e nos gases nauseabundo provenientes da decomposição dos cadáveres, inadequadamente sepultados.
               A prática dos sepultamentos nas igrejas, mosteiros e conventos, foi implantada no Brasil, pelos colonizadores portugueses, que trouxe pra cá, os hábitos e costumes europeus.
               O necrochorume é constituído de água, sais minerais, proteínas e 471 substâncias orgânicas, incluindo duas diaminas, que são muito tóxicas, a cadaverina e a putrescina, além de vírus e bactérias. Desse modo, os cemitérios são fontes potenciais de impactos ambientais, principalmente quanto ao risco de contaminação das águas subterrâneas e superficiais por bactérias e vírus que proliferam durante os processos de decomposição dos corpos, além das substancias químicas liberadas. Esta água contaminada, por sua vez freqüentemente acaba sendo utilizada pelas populações vizinhas às necrópoles.
               Cessada a vida, anulam-se as trocas nutritivas das células e o meio acidifica-se, iniciando-se o fenômeno transformativo de autólise. Enterrado o corpo (inumação ou entumulamento), instalam se os processos putrefativos de ordem físico-química, em que atuam vários microorganismos.
               A putrefação dos cadáveres é influenciada por fatores intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos são pertencem ao próprio corpo, tais como: idade, constituição física e causa-mortis. Os extrínsecos são pertinentes ao ambiente onde o corpo foi depositado, tais como: temperatura, umidade, aeração, constituição mineralógica do solo, permeabilidade, etc.
               O corpo humano, em sua constituição apresenta cerca de 65% de água, com relação ao peso. Os indivíduos magros apresentam um conteúdo de até 75% de água, enquanto que os indivíduos gordos apresentam até 55% de água. Dessa maneira um indivíduo adulto que tenha 70 kg tem um conteúdo da ordem de 46 kg em água, ou seja, 0,60 L/kg.
               Com a decomposição dos corpos há a geração dos chamados efluentes cadavéricos, gasosos e líquidos. Os efluentes líquidos chamados de necrochorume, que são líquidos mais viscosos que a água, de cor acinzentada a acastanhada, com cheiro acre e fétido, constituído por 60% de água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias orgânicas degradáveis, dentre as quais, duas diaminas muito tóxicas que é constituída pela putrescina (1,4 Butanodiamina) e a Cadaverina (1,5 Pentanodiamina), dois venenos potentes para os quais não se dispõem de antídotos eficientes.
               Portanto é necessário que o poder público crie mecanismo para evitar que a população que assiste próximos a cemitérios não utilizem água subterrânea em detrimento as condições geológicas, pois o necrochorume atinge o lençol freático praticamente íntegro, com suas cargas químicas e microbiológicas, desencadeando a sua contaminação e poluição.


*O autor é funcionários publico estadual, graduado em Ciências Naturais – Biologia pela UEPA e autor do livro “Potabilidade da água Subterrânea em Marabá”



terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A MARÃO
MÁRIO OLIVEIRA BARBOSA, nascido em Marabá aos 05/03/42, filho de Manoel Rodrigues Barbosa e Arabela de Oliveira Barbosa. Marão, Beferré ou Berro Grosso como era conhecido no meio dos amigos, teve sua primeira profissão de alfaiate, confeccionava roupas e paletós para a nobreza da época. Casado da profissão que lhe rendia pouco, foi exercer a profissão de cavador de vala e esgoto para empresa de Serviço de Água e Esgoto - SAE a convite do Sr. José Xirica. Ingressou na Cosanpa em 01/04/1976 em sua fundação em Marabá na função de encanador, permanecendo na empresa até sua morte ocorrida em 18/01/2012. Marão foi uma pessoa bem quista no meio da sociedade marabaenses, tinha uma cara de e olhar “pit bul” que causava medo aos clientes da Cosanpa, porem neste por trás desta cara feia, escondia um humilde e generoso coração.  
    Barbosa era um espelho de vida aos trabalhadores, aposentou-se, mas continuou com sua labuta na empresa. Muitos se orgulhavam de sua pontualidade e responsabilidade perante o serviço público prestado a comunidade de Marabá. Mário Oliveira, que por muitos anos vestiu a camisa e defendeu piamente a Cia de Saneamento do Pará – COSANPA, parte deste mundo dando exemplo de honra e Glória as gerações presente e futura deste planeta.
Trabalhadores da Cosanpa deixa aqui esta homenagem:

“Amigo é coisa para se guardar
Debaixo de sete chaves
Dentro do coração
Assim falava a canção que na América ouvi
Mas quem cantava chorou
Ao ver o seu amigo partir.........”
“Pois seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia, amigo, eu volto
A te encontrar
Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.”
(MiltonNascimento)

Manoel Rodrigues

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

POSSE DA DIRETORIA DA ASSOCIAÇÃO DOS ALAGADOS DE MARABA

Na sexta feira 02/12, no Clube de Mães situado na Marabá Pioneira ocorreu a assembléia para aprovação do estatuto da Associação dos Alagados de Marabá- ALM, e posse da Diretoria composta por: 1. GEORGETOWN RODRIGUES, 2. ANA LUIZA ROCHA, 3. GELIDIVANIA DE OLIVEIRA, 4. FLORISMEIRE LIMA FERREIRA, 5. ROMARIO PAES, 6. ANACLETO ABREU FURTADO NETO, 7. LUIZ DA COSTA CARDOSO, 8. JORGE FERNANDE DE SOUZA, 9. MELQUES RESPLANDE ARAUJO, 10. DANIEL MACEDO, 11. MARLON SANDRO.
            A referia associação foi fundada em 25/11/2011, com objetivo de defender os direitos e promover ações em favor das pessoas atingidas pelas cheias dos Rios Itacaiúnas e Tocantins, o Estatuto garante o mandato da diretoria por de 04 anos, com reuniões ordinárias e extraordinárias. 
 GEORGETOWN, acumulador de experiencia, trabalhou de cobrador na empresa Transbrqasiliana Transporte e Turismo, participou do Sindicato da Classe onde conquistou para categoria Plano de Saúde, Cexta Basica etc. foi testemunha na justiça de trabalho para quase 50 trabalhadores, atuou na Sipa e ultimamente é Conselheiro Tutelar em Marabá e participa do Diretorio Municipal do Psol e  foi escolhido como o presidente da Associação dos Alagados de Marabá - ALM
            O companheiro Manoel Rodrigues, dispensou total apoio na organização da fundação da Associação até a posse da 1ª Diretoria. Estiveram presentes pouco mais de 50 sócios fundadores que prestigiaram o evento. Ao final foi oferecido um delicioso Coquetel em comemoração a mais nova estrutura jurídica em favor dos menos favorecidos. 
Manoel Rodrigues


terça-feira, 9 de agosto de 2011

EMANCIPAÇÃO DO ESTADO DE CARAJÁS: SONHO OU PESADELO? *Otávio Barbosa de Sousa



         A realização do plebiscito é uma oportunidade da população debater as mazelas que assola a nossa região. Os separatistas usam o discurso ideológico para convencer à população do sul e sudeste paraense que a divisão é a alternativa para combater as desigualdades sociais na região. O discurso utilizado pelos separatistas afirma que as mazelas que assolam a humanidade são problemas regionais e de maus políticos, haja vista, a desculpa de que a resolução dos problemas de nossa região é ocasionada pela má administração do Governo Estadual.
         Entendemos que o discurso é forte, pois, o povo vive de esperanças e não procura entender o porquê de tanta miséria. Dessa forma, não podemos concordar com esse propósito de convencimento, para tanto, precisamos desmistificar alguns argumentos dos dois lados (Pará X Carajás). Vale ressaltar, que a defesa dessa separação e ou permanência é arduamente abraçada pelos capitalistas que vivem sugando as “TETAS” Estatais. Para maiores esclarecimentos podemos frisar os estudos de ambos os lados, que favorecem suas opiniões na defesa de seus interesses, vejamos em primeira mão a questão econômica, essa como se sabe é relativa, depende do ponto de vista que ela está focada, exemplo: os estudos financeiros divulgados pelas duas regiões em questão, ora beneficia a manutenção do Estado do Pará, ora privilegia o pretenso Estado de Carajás. Assim, percebemos que essa defesa é fundamentada simplesmente com o objetivo de manter a burocracia Estatal. Na proposta de emancipação atual, você sabe quais as metas de investimento em reforma agrária, saneamento básico, saúde, educação e infraestrutura? Ou vai ficar como é de praxe, só se investe com segundas intenções visando o lucro dos apadrinhados?
          “A história de toda sociedade é a história da luta de classe (Karl Marx). A classe dominante de nossa região precisa do aparato Estatal para melhor decidir os rumos de nossas vidas, pois, não se sentem representados pelos do lado de lá (Pará), que são da mesma classe dominante. Quando falamos que o discurso é ideológico, fala-se que os enunciadores dessa proposta fazem parte de uma elite latifundiária e política que querem iludir a população. Ora, será se há a necessidade de separar a unidade da federação para resolver os problemas aqui vividos por nós trabalhadores? Pois, eles não sofrem os mesmo problemas como: SAÚDE, EDUCAÇÃO, HABITAÇÃO, REFORMA AGRÁRIA, SANEAMENTO etc. Os fazendeiros de lá como os de cá tem os mesmos pensamento sobre a reforma agrária! São contra, os donos de clinicas de lá lucram com os doentes como os daqui; os tubarões do ensino particular tanto os daqui como os de lá visam o lucro; a classe dominante daqui como a de lá tem mansão e varias casas para alugar.
                 O que se compreende por “ausência do Estado”? Desde o primórdio de Marabá que o Estado se faz presente, exemplo: Carlos Leitão recebeu financiamento do governo para coleta do cauche (borracha), construção do aeroporto, banco da borracha, banco do Brasil. O governo também doou concessão de castanhais, abertura das estradas, incentivos fiscais para derrubar a floresta e apropriar-se das terras já ocupadas por trabalhadores, extração do minério de ferro pela vele do rio doce, quartel do Exercito e Policia Militar, Hidroelétrica de Tucuruí e o financiamento da implantação da ALPA com direito a uma área cujo valor é de 60 Milhões de reais, hidrovia e incentivo fiscais do município. Foram bilhões em recursos aqui investidos que beneficiaram somente as famílias da classe dominante.       
O tamanho da unidade da federação, na proposta de divisão é: Carajás  284.721Km2, equivalente a 25% do território do Pará. Os separatistas alegam que é impossível administrar o Pará com dimensão continental, portanto, o Carajás já seria a nona unidade da federação em tamanho territorial. Aliás, juntando as unidades da federação, Sergipe, Alagoas, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Norte juntos, Carajás seria ainda maior. A questão não é o tamanho, é o modelo de desenvolvimento capitalista. No discurso dos separatistas percebe-se que o argumento de que um território menor é mais fácil para ser administrado é falho. Sergipe é a menor unidade da federação, dez vezes menor do que a proposta de emancipação de Carajás, em tese Sergipe seria a melhor e mais desenvolvida unidade da federação, mais uma falácia dos separatistas!
       A desculpa de que a capital, Belém fica com a maior parte dos recursos, conforme afirma os separatistas não garante que a população de Belém tenha uma melhor condição de vida, pois essa cidade sofre as mesmas mazelas que nós do interior, lá falta saúde, educação, saneamento, habitação etc., mas, também é lá que estão as melhores universidades, os melhores hospitais, tem mais saneamento, nem por isso, a população tem acesso a esses serviços. As cidades têm uma função no capitalismo, é nelas que o mercado se materializa, reproduzindo o sistema capitalista, todo investimento feito na cidade é de ordem econômica e de lucro, isso por que, as cidades têm o valor de uso e o valor de troca: a infraestrutura construída tem valor de uso que eleva o valor de troca. Exemplo: a eletrificação, pavimentação de ruas, distribuição de água e esgotamento sanitário, educação e saúde são direcionadas para os bairros das classes abastardas bairro da classe trabalhadora è mínima a infraestrutura e os serviços públicos. A cidade é retrato fiel da luta de classe, pois fica mais visível as diferentes classes sociais e sua forma de habitar, a classe dominante mora em bairros dotados os equipamentos urbanos e serviços públicos, seus imóveis são supervalorizados, enquanto a classe trabalhadora fica na periferia abandonado pela administração pública, a emancipação vai resolver esse problema?
        Para combater uma ideologia é preciso outra, as mazelas que nos afetam são inerentes ao sistema capitalista, nós vivemos numa região rica em recursos naturais e que tem a maior hidroelétrica genuinamente Brasileira. A extração de minério na nossa região é mais custo que beneficio para população. A energia para grandes consumidores é subsidiada de 70 a 80%, em detrimento ao consumo domestico que é caríssimo; a Vale do Rio Doce é isenta de pagar ICMS, essa paga menos impostos ao Estado que uma rede de supermercado. O sistema capitalista impõe regras a ser cumprida imposta pelo Estado. A divisão enfraquece a luta por melhoria, os trabalhadores de todo o Pará precisam se unir para combater o arrocho salarial, a falta de emprego, o pouco saneamento básico, o descaso com saúde, a falta de educação que qualifica o filho dos trabalhadores, a solução está em nossas mãos! Não a divisão!
*Sindicalista, acadêmico do curso de Ciências Sociais  pela UFPA

sexta-feira, 8 de julho de 2011

SALVE HOJE A ÁGUA DE AMANHÃ

SALVE HOJE A ÁGUA DE AMANHÃ
* Manoel Rodrigues da Silva



A ONU – Organização das Nações Unidas, através da sua assembléia Geral, decidiu criar o “DIA MUNDIAL DA ÁGUA (22 DE MARÇO) durante a realização do encontro da Terra no Rio de Janeiro, com o objetivo principal de sensibilizar os seus países membros para a exploração dos recursos hídricos de maneira racional. A decisão de celebrar o Dia Mundial da Água coincidiu com a tomada de consciência sobre o problema da água, recurso até então considerado como inesgotável.
                A preocupação com este tema tem nos levado a promover debates, realizar seminários e publicar periódicos sobre a questão, na tentativa de alertar e conscientizar  a população do desafio que tenhamos que enfrentar para garantir a sobrevivência das gerações presente e futura. 
                A água é o recurso natural mais importante para os homens, animais e plantas. É a fonte de tudo. Dá vida a outras vidas: protege o feto, sacia a sede do ser humano e dos animais, dissolve e distribui o alimento nos vegetais. Dela dependem as diversas atividades humanas, desde a produção de alimentos ao esporte, da geração de energia à navegação, da indústria ao lazer. E toda a evolução das espécies está intimamente ligada a ela.
Não é a toa que as grandes cidades surgiram as margens dos rios.  Egito transformou numa invejável civilização graças ao rio Nilo, que é o maior rio do mundo em extensão. A Inglaterra cresceu junto ao Tâmisa, na França o rio Sena teve e continua tendo uma importância fundamental. O que seria da Rússia sem o rio Volga, a Pérsia sem os rios Tigre e Eufrates? Os Incas evoluíram às margens do lago Titicaca. Já nos Estados Unidos os rios Mississipi-Missouri foram vitais para a construção de um grande país.
No Brasil, os rios Amazonas, São Francisco, Paraná, Araguaia e outros também cumpriram e cumprem o papel de garantir a sobrevivência de milhões de pessoas, desde o tempo da colonização portuguesa até os dias de hoje. Registra-se que o rio Amazonas é o primeiro do mundo em volume de água e o segundo maior rio do mundo em extensão, medindo 6.437 km desde a sua nascente no alto dos Andes, na América do Sul, até sua foz no norte do Brasil. (Filho, 1999)
A terra tem aproximadamente 2/3 de sua superfície cobertos pelos oceanos e mares variando entre 65% a 71% a depender da fonte pesquisada. De fato, em termos gerais a água é abundante, estando presente nos seres vivos, no ar, no solo, no subsolo e nos demais corpo d´gua propriamente ditos. Um recém nascido é constituído por mais de 90% de água. Já o homem adulto, por coincidência, tem no seu corpo 2/3 de água, variando também na mesma proporção da água no planeta.
Apesar de se constituir num elemento vital para o ecossistema, e de ser básica para as diversas atividades humanas, sociais e econômicas, a água tem se tornado escassa progressivamente, tanto em qualidade quanto em quantidade.
 Os países desenvolvidos terão problemas técnicos e econômicos dos mais complexos diante do crescimento demográfico e da explosão urbana, bem como das necessidades crescentes da agricultura e da indústria, aliado ao aumento constante das formas de poluição e degradação dos recursos hídricos. (Filho, 1999)
Para se ter uma idéia do desafio a ser enfrentado observe os números: 97% da água do planeta estão nos mares, portanto salgada, não serve nem para uso industrial. A água mais pura da natureza está nas calotas polares e nas geleiras (2,3% da água do planeta). Os lençóis subterrâneos, lagos, rios e a atmosfera guardam o 0,7% restante, ou seja, em outras palavras podemos dizer que de cada 100 gotas de água no planeta, 97 estão nos oceanos, 3 nas calotas restando apenas uma gota disponível para o consumo humano. (Teixeira, 2003) 
Por ser essencial ao homem e ter reservas limitadas no planeta, a água está subindo ao palco para se tornar o personagem de um grande debate mundial. Sua crescente escassez em diversas regiões a tem transformado num produto estratégico e alvo da cobiça de poderosos empresários, todos ávidos em transformar o precioso liquido numa fonte de lucros, não importa sua conseqüência para a humanidade. É bom salientar que, segundo a ONU, dentro de 25 anos a falta de água vai comprometer seriamente a vida de pelo menos 50 nações.
O problema da escassez de água está atingindo proporções alarmantes. Em 1972, a Conferencia das Nações Unidas sobre o meio ambiente em Estocolmo já prenunciava uma crise mundial da água. Na década de 1990, o Comitê de Recursos Naturais das Nações Unidas confirmou que 80 países, que representavam 40% da população mundial, padeciam de grave carência de água e que em muitos casos esta falta era um fator limitante para o desenvolvimento econômico e social. A escassez de água atinge hoje mais de 460 milhões de pessoas. Se não for alterado o estilo de vida da sociedade, um quarto da população mundial sofrerá este problema nas próximas décadas. (Teixeira, 2003)
A disponibilidade de água em alguns paises, a exemplo de Tunísia, Israel, Jordânia, Líbia, Malta e Territórios Palestinos já atingiu níveis alarmantes. Cientistas de organismos internacionais têm alertado que nesse milênio o mundo assistirá guerras de nações lutando pelo controle de rios e mananciais hídricos. (FNU, 1999)
Dono da maior reserva, com 12% de todo o estoque de água doce do planeta, o Brasil é o alvo preferido e já está sob forte ataque de grupos internacionais oriundos da França, Estados Unidos, Inglaterra e Espanha que aqui vem se instalando com o objetivo de beber altos lucros apossando-se das companhias estaduais e serviços públicos municipais de água e esgoto e das empresas geradoras de energia, pois quem detiver o controle da água do planeta terá condições de ditar as regras no mundo. (FNU, 1999)
Não podemos permitir que a falta de dignidade dos nossos governantes de hoje arraste todos nós para um futuro sem esperança, sem perspectiva, sem soberania – futuro no qual o simples gole de água pode nos exigir cada vez mais dinheiro para saciar a sede e a ganância de multinacionais comprometidas unicamente com o lucro. Quem tiver recursos, bebe, do contrário morrerá de sede. Isso é inaceitável.

*Funcionário público, Graduado em  Ciências Naturais – Biologia pela UEPA. Email: manoeldagua@yahoo.com.br

BIBLIOGRAFIA

FILHO, Aberlado de Oliveira. “Terra, Planeta Água”.  Federação Nacional dos Urbanitários, Salvador – BA: 1999.
Revista FNU – Em defesa das águas. Federação Nacional do Urbanitários. Brasília – DF: 1999.
TEIXEIRA, Wilson....{et al.] Decifrando a Terra. Oficina de Textos, São Paulo. 2003